Sinopse: Há oitenta anos, Stefan Zweig visitava o Brasil pela primeira vez. O resultado foram os nove textos que compõem a deliciosa coletânea Pequena viagem ao Brasil. Em comemoração ao octogenário dessa primeira visita, queremos direcionar a atenção do leitor para o começo desse amor trágico de Zweig pelo país tropical. O Brasil que se apresenta pelo olhar do autor é estrangeiro e inédito mesmo para quem chama essa terra de lar. É palpável em suas palavras o deslumbramento – pelo povo, pela paisagem, pelos sabores e aromas – em seu primeiro contato com o país, em 1936. Zweig usou vários trechos, e por vezes textos inteiros, de Pequena viagem ao Brasil em sua principal obra, Brasil, país do futuro, mas essa é a primeira vez que esse conjunto é organizado em volume único. Pequena viagem ao Brasil é um instantâneo vivo e emocionante de alguém que parece, finalmente, ter chegado em casa.
[RESENHA] Pequena Viagem ao Brasil – Stefan Zweig / VersalEditores
PEQUENA VIAGEM AO BRASIL – Stefan Zweig
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Surpreendida e encantada pela maneira tão bela pela qual o Brasil foi descrito através dos olhos de um estrangeiro. Um europeu, um austro-judaico, romancista e dramaturgo. Um homem inteligente de escrita elegante que com tamanha delicadeza e zelo levou para milhares de pessoas seu deslumbramento por uma terra sul-americana tida como limitada e pequena.
PEQUENA VIAGEM AO BRASIL, trata-se da reunião de nove relatos, nove pequenos textos que retratam a curta viagem feita pelo autor Stefan Zweig para o Brasil em 1936. É nítido seu deslumbramento e encanto com nossa terra. Algo que fica explicito na maneira como ele derrama em suas palavras a fé e esperança quanto ao potencial de crescimento e desenvolvimento do país.
Em um destes textos, Stefan fala com carinho sobre nosso café, sua descrição e entusiasmo é tanta, que me senti como se pudesse experimentar o aroma descrito, assim como saboreado aquele gosto tão particular brasileiro. Uma experiência que a nós é tão cotidiana, mas que para ele tornou-se uma memória querida. Como nos julga hospitaleiros. Pessoas de braços abertos prontos para receber um turista, um visitante, um desconhecido, sempre com um sorriso nos lábios. Saudou nossa maturidade, a maneira como lidamos com a diversidade de raça, de etnias, misturando povos, criando uma nação mestiça e linda. Uma caminhada por fisionomias diversas, onde todos convivemos em paz.
Não posso deixar de mencionar que o Rio de Janeiro ganhou seu coração. Essa cidade o deixou encantado, e ele chega a dizer que é a cidade mais bela do mundo. E preciso confessar, que me apaixonei junto com ele. Ainda que sua visão retrate uma realidade há muito tempo deixada para trás, foi impossível não fechar os olhos e imaginar exatamente a imagem por ele retratada.
Porém, notei que tudo relatado por Stefan tem um toque de exagero, existe uma preocupação gigante em retratar um país de belezas infinitas, de cultura própria e rica, de um povo forjado no amor, cheio de alegria e humano, se esquivando da pobreza e do contraste social da época. Talvez esse excesso exista justamente pelo momento que o autor vivia. Pela necessidade de buscar algo belo, que amenizasse o desgosto de ver sua terra natal ser dizimada, sucumbindo a um período de dor e perseguição.
O fato é que não posso ficar aqui contando tudo que vislumbrei e senti ao ler esta obra. O que posso dizer é que como AMANTE incurável de história, a obra me arrebatou totalmente e a li em questão de horas. Se tivesse que definir o livro em apenas uma palavra, diria que ela é: Enriquecedora.
A nível de curiosidade, conto a vocês que Stefan ficou no Brasil do dia 21 de agosto ao dia 4 de setembro de 1936. E que bastou esse período para que ele se apaixonasse e desejasse não precisar partir jamais. Porém foi apenas alguns anos depois, já com a segunda guerra declarada que o mesmo chegou ao Brasil exilado e firmou moradia em Petrópolis, onde após cinco anos e meio depois de publicar seus textos sobre nosso país, cometeu suicídio. O que restou, foram seus escritos, sua paixão e a certeza de que sua passagem por esta terra, não foi em vão.
Deixo aqui meu agradecimento a VERSALEDITORES, pelo carinho. E pelo presente maravilhoso que foi a leitura dessa obra. Obrigada! Parabéns, pelo trabalho lindo, pela diagramação impecável e pelas imagens que abrilhantaram ainda mais o texto.
Até a próxima! Bye.
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