Marianne foi enviada para Bath, para morar com sua avó, após a morte de sua mãe. Sua irmã gêmea por outro lado foi enviada para Londres na casa de uma tia. Tem se sentindo muito sozinha, sufocada por todas as pressões de precisar se moldar aos padrões que a sociedade, e principalmente sua avó exige que ela seja. Uma jovem de gostos simples, que ama a sensação de liberdade que o campo proporciona, e que nutre o desejo de ser amada da forma como ela é. Separada de sua irmã e passando muito tempo sozinha, se enche de alegria e expectativa, quando um convite inesperado chega. Sua irmã Cecily irá passar uns dias na propriedade de Edenbrooke, e o convite se estendeu a ela também.
Edenbrooke é um lugar quase que mágico, conhecido por sua beleza natural, cercado por montanhas, jardins, muito verde e ar puro, a oportunidade perfeita de fazer com que Marianne se sinta mais uma vez como se sentia em sua antiga casa com a família. Autorizada por sua avó a ir, ela embarca em uma carruagem acompanhada de sua criada pessoal – muito fofoqueira -, e um animo novo. Só que nada sai exatamente como o planejado, um atentado faz com que ela perca um objeto muito especial e a coloca diante de uma situação assustadora.
“Minhas aspirações eram bastante diferentes das suas. Eu queria viver no campo, andar a cavalo, me sentar em um pomar e pintar, cuidar do meu pai. Queria uma sensação de pertencimento, de fazer algo útil e bom com o meu tempo. Mas, acima de tudo, queria ser amada por quem eu era.”
Em meio ao caos, e a necessidade de ajudar, um charmoso cavalheiro completamente sem noção, irá testar toda sua paciência e bons modos. Entretanto, o mais desafiador de toda sua viagem já problemática, não será o risco físico que viveu e sim, a constatação de inadequação, de não ser suficiente, de que irá decepcionar sua avó, ou pior, envergonha sua estimada e amada irmã, Cecily, com toda sua beleza, modos refinados, e presença delicada. Marianne, teme não ser capaz de se moldar, de controlar seus impulsos, e resistir a necessidade de explorar os prados, se render ao ar puro, mas ela precisa, pois já está cansada de ser rejeitada. Tudo que ela mais quer e busca, é se sentir amada, que consigam enxergar seu coração, que a aceitem do jeitinho que ela é.
Marianne é um espirito livre, dona de muita pureza e simplicidade. É inteligente, divertida e muito sincera. Tudo que ela mais quer é ter o direito de ser ela mesma, e que consigam amá-la como ela é. Ela está em seu limite, cansada de sempre ser comparada com a irmã gêmea perfeita, de precisar competir, principalmente porque ela já está ciente, de que entre elas duas, ela sempre irá perder, já que Cecily é superior em tudo. Cansada de atingir as expectativas dos outros. Só que estar em Edenbrooke, ao contrário do que ela estava esperando, irá dar a ela a oportunidade de descobrir mais sobre si, sobre seus anseios, desejos, se permitindo se reconectar com sua essência, e então florescer. Compreendendo, que ela pode sonhar, almejar coisas e lutar bravamente por sua felicidade.
“(…), mas espero que você não deixe as expectativas de outra pessoa dirigirem o curso da sua vida. — Ela tocou gentilmente meu braço, parando-me no meio do caminho. Eu me virei para ela. — Eu descobri a felicidade em ser fiel a quem sou. Espero que você reflita um pouco sobre essa ideia.”
O romance em Edenbrooke é orgânico, fluido e leve. É muito mais fofo que sensual indo na contramão do que estamos acostumados para os livros do gênero. Temos segredos, reviravoltas, emoções mil, conversas soltas e mal interpretadas, mas acima de tudo, temos uma amizade linda, longas conversas e momentos de pura diversão. É impossível não se apaixonar por eles mais e mais, suspirar e torcer por seu tão merecido final feliz. Para mim foi como reviver as emoções de um primeiro amor jovem, inocente e delicado, que empolga, que ilumina.
Mais que um romance, a história conquista o leitor com sua mensagem de confiança, amor próprio, pertencimento, e de que se acreditarmos somos capazes de muito mais. Que não precisamos mudar para satisfazer ninguém, porque se nos amarmos e nos respeitarmos exatamente como somos, isso basta, e no fim encontraremos pessoas que irão nos enxergar e a amar pelos mesmos motivos.
Bom, já deve ter dado para perceber, eu amei a leitura, amei a trajetória da Marianne, acompanhar o quanto ela cresceu, amadureceu e ganhou confiança em si. Amei o romance como um todo, fiquei encantada, me diverti e aproveitei cada fofurice. E amei como a autora trouxe um mocinho que foge totalmente do estereótipo, que é capaz de amar sua mocinha, sem ter a intenção de mudar nada nela, ou moldá-la, que a enxerga e a aceita pelo que é.
Fica aqui essa super dica de leitura.
EDENBROOKE
Sinopse: O premiado romance de Julianne Donaldson finalmente chega ao Brasil e leva os leitores a Edenbrooke, um lugar encantor repleto de romance e aventuras situado no interior da Inglaterra. Marianne Daventry fará qualquer coisa para escapar do tédio de Bath e das atenções amorosas de um pretendente indesejado. Então, quando chega um convite de sua irmã gêmea, Cecily, para se juntar a ela em uma enorme casa de campo, ela agarra a chance na hora. Pensando que vai poder relaxar e desfrutar de seu amado interior inglês enquanto sua irmã tenta fisgar o belo herdeiro de Edenbrooke, Marianne descobre que até mesmo os melhores planos dão errado. De um aterrorizante encontro com um salteador a um aparentemente inofensivo flerte, a jovem se encontra envolvida em uma aventura inesperada e cheia de romance e intrigas, suficientes para manter sua mente agitada. Ela será capaz de controlar seu coração traidor, ou um estranho misterioso irá arrebatá-lo? O destino estava pensando em algo diferente de um verão relaxante quando mandou Marianne para Edenbrooke.
Ficha técnica:
Romance de época | Julianne Donaldson | Universo dos Livros | 2017 | 304 páginas | Tradução: Monique D’Orazio | Classificação: 5/5 | Onde encontrar: SKOOB – AMAZON
Até a próxima! Bye.
