[RESENHA] A Árvore dos Anjos – Lucinda Riley | Editora Arqueiro

por Biia Rozante
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A Árvore dos Anjos – Lucinda Riley

Sinopse: Trinta anos se passaram desde que Greta deixou de morar no solar Marchmont, uma bela e majestosa residência na região rural do País de Gales. A convite de seu velho amigo David, ela decide retornar ao lugar para comemorar o Natal. Porém, devido a um acidente de carro, Greta não tem mais lembranças da época em que vivia na propriedade, assim como de boa parte de seu passado. Durante uma caminhada pela paisagem invernal de Marchmont, ela encontra uma sepultura no bosque, e a inscrição na lápide coberta de neve se torna a fagulha que a ajudará a recuperar a memória. Contudo, relembrar o passado também significa reviver segredos dolorosos e muito bem guardados, como o motivo para Greta ter fugido do solar, quem ela era antes do acidente e o que aconteceu com sua filha, Cheska, uma jovem de beleza angelical… mas que esconde um lado sombrio. Da aclamada autora da série As Sete Irmãs, A árvore dos anjos é uma história tocante sobre amores e perdas, sobre como nossas escolhas de vida podem tanto definir quem somos como permitir um novo começo.

Uau… Gostaria de ter as palavras perfeitas para explicar as emoções que vivi ao ler “A Árvore dos Anjos”, mas elas insistem em fugir. Não tenho como definir o quanto esta obra me surpreendeu e se mostrou totalmente diferente do que eu se quer imaginei, assim como totalmente diferente daquilo que esperei ao ler sua sinopse. Defini-la como maravilhosa é pouco, a obra é grandiosa, cheia de mistérios e segredos, angustiante, imprevisível, viciante, fascinante. Lucinda deu um show de escrita e ganhou uma fã para a vida.

Greta está perdida em sua própria mente a vinte e quatro anos, desde que sofreu um acidente terrível que a deixou com amnésia. Seu ponto de apoio é David um amigo querido que sempre esteve ao seu lado e que insiste em levá-la de volta para o Solar Marchmont, local onde morou há trinta anos e jamais retornou, ele acaba de ser restaurado após um terrível incêndio. Por alguma razão após tantos anos recusando o convite, Greta decide aceitar. Entretanto chegar até o local que ao que tudo indica foi tão importante em sua vida, acaba não sendo exatamente o que Greta esperava, seus parentes estão por lá, mas o único sentimento em seu peito é de solidão. Por se sentir incomodada, precisando respirar um pouco, ela decide dar uma volta pela propriedade e é durante esta caminhada que algo chama sua atenção e a partir daí nada mais será o mesmo, a fagulha se transforma em um incêndio e as lembranças a invadem sem nenhuma piedade.

Passado e presente se colidem, sonhos, tragédias, amores não correspondidos, uma vida marcada pelo sofrimento, pela dor, por incertezas e medo do que o futuro reservava. Um labirinto que se abre a sua frente, um quebra-cabeça que parece ocultar as peças. Foi ali naquela casa onde tudo começou talvez, Greta não esteja preparada para enfrentar o seu passado, e o período em que sua mente se desligou e se ele é assim tão terrível, será ela capaz de supera-lo e encarar o futuro?

“(…) Com certeza não tinha feito nada tão grave que merecesse esse tipo de azar, não é? No entanto, ela queria saber: não era sua própria fraqueza que vivia colocando-a nessa situação? Ela parecia uma mariposa, atraída de modo incorrigível para uma chama de vela que inevitavelmente a destruiria.”

A ÁRVORE DOS ANJOS é uma leitura inquietante, complexa e cheia de reviravoltas. Aqui nada é o que realmente aparenta ser, é como viver um misto de emoções, com um enredo que te faz sorrir, chorar, querer gritar e vibrar a cada página. Quando iniciamos a leitura nos deparamos com uma jovem sonhadora, forte e independente, buscando alcançar seu maior desejo – se tornar uma atriz -, que pelos acasos da vida o vê frustrado e caminhando para uma nova direção. Neste momento acreditei estar lendo um romance arrebatador, mas que logo se revelou muito maior que isso. Amor, perdão, ilusão, amizade, egoísmo, tentação, vingança, escolhas, criação… Três gerações e um desfecho de roubar o fôlego. Acredite, por mais avisado que você esteja, você irá se surpreender.

“(…) se você encontrou a felicidade com alguém, vá em frente e a agarre. A vida é curta demais para nos preocuparmos com o que os outros pensam.”

Não tem como falar da história sem revelar demais. Tudo que posso dizer é que o enredo gira em torno de Greta, sua amnésia e os motivos que a levaram para longe do Solar. Seu passado é doloroso, o que a espera são verdades impactantes, que em determinados momentos questionei se não seria melhor seguir no escuro.  Vivi junto com ela cada emoção e fase da sua vida, os sonhos, o primeiro amor, o deslumbramento de poder viver uma nova realidade, encontrar a segurança, a perda aniquiladora, o desespero, o medo, a tentativa de se enganar, tapar o sol com a peneira e fingir que tudo está bem, mesmo quando o coração está gritando que não está. A vontade de proteger, o desejo de voltar no tempo, à escuridão e então o despertar.

“(…) Choramingou e balançou a cabeça, sabendo que, não importava o que o coração lhe dissesse, o orgulho que havia dominado e destruído sua vida até esse momento lhe negaria mais uma vez a liberdade de buscar a mulher que amava.”

Preciso ser sincera e confessar que em determinados momentos me arrepiei e fiquei com medo. Lucinda possui uma narrativa bem descritiva, rica em detalhes e consegue transferir para o leitor cada emoção, ela mescla o passado com o presente com muita precisão, tornando a leitura viciante e inquietante. Ela sabe como manter o leitor em suspense, como atiçar sua curiosidade, revelando e ocultando no momento certo. Até agora estou questionando, como ela conseguiu transforma um livro de quinhentas páginas em algo tão curto, me fazendo ansiar por mais.

Não posso deixar de mencionar o quanto cada personagem possui sua contribuição. Bem construídos, bem explorados, coerentes, bem empregados, eles são os fios das teias, os muitos caminhos cruzados, a voz da sabedoria, a calmaria, o desespero, a ilusão…

A verdade caros leitores, é que A ÁRVORE DOS ANJOS me deixou sem fala, estou aqui escrevendo, escrevendo e sinto que nada estou transmitindo, me faltam palavras para descrever o que é esse enredo, para explicar o que você irá encontrar, porque no fundo não há nada que possa ser dito para te preparar para a leitura, meu conselho é: LEIA, sinta e permita que Lucinda te surpreenda a cada virar de página e lembre-se sempre: Os mais angelicais sorrisos, encobertam as mais dementes almas.

A Editora Arqueiro fez um trabalho primoroso com a obra, capa linda, diagramação simples e impecável.

Ficha Técnica:
Romance, Suspense | Editora Arqueiro | 2017 | 1° Edição | 496 Páginas | Cortesia | Classificação: 4/5 | SKOOB
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Até a próxima! Bye.

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Lili Aragão 2 de agosto de 2017 - 09:35

Transformar um livro de quase 500 páginas em algo curto deve ser realmente bom e fiquei curiosa sobre a história que tem um suspense e que desperta muitas emoções, sempre acho positivo quando o autor consegue brincar e envolver o leitor a ponto dele passar por diversas emoções. Li um livro da Lucinda mas tenho que dizer que não curti muito a mescla entre passado e presente que existia na história ainda assim fiquei curiosa sobre esse livro e espero ter a oportunidade de ler futuramente.

P.S: Fiquei confusa sobre a idade da protagonista, ela tá há 24 anos desmemoriada e 30 sem retornar ao solar, certo? ela tem 30? e perdeu a memória com 6?… parece sem importância, mas fiquei confusa nessa parte 🙂

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Biia Rozante | Atitude Literária 2 de agosto de 2017 - 09:57

Oooiii Lili.
Sim, Lucinda foi incrível ao criar este enredo. Pelo que andei pesquisando, essa mescla entre passado e futuro é sua marca registrada kkkkkkkkk é uma história muito envolvente.

Quanto a idade da protagonista não me recordo a idade exata, mas é cinquenta e pouquinhos. Ela saiu do solar com um pouco mais de vinte e nunca mais retornou lá.

Beijoooos

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Lili Aragão 2 de agosto de 2017 - 13:19

Entendi 😉

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