[RESENHA] A Casa do Lago – Kate Morton | Editora Arqueiro

por Biia Rozante
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A CASA DO LAGO – Kate Morton
Baixe um trecho da obra: AQUI

Sinopse: A casa da família Edevane está pronta para a aguardada festa do solstício de 1933. Alice, uma jovem e promissora escritora, tem ainda mais motivos para comemorar: ela não só criou um desfecho surpreendente para seu primeiro livro como está secretamente apaixonada. Porém, à meia-noite, enquanto os fogos de artifício iluminam o céu, os Edevanes sofrem uma perda devastadora que os leva a deixar a mansão para sempre. Setenta anos depois, após um caso problemático, a detetive Sadie Sparrow é obrigada a tirar uma licença e se retira para o chalé do avô na Cornualha. Certo dia, ela se depara com uma casa abandonada rodeada por um bosque e descobre a história de um bebê que desapareceu sem deixar rastros. A investigação fará com que seu caminho se encontre com o de uma famosa escritora policial. Já uma senhora, Alice Edevane trama a vida de forma tão perfeita quanto seus livros, até que a detetive surge para fazer perguntas sobre o seu passado, procurando desencavar uma complexa rede de segredos de que Alice sempre tentou fugir. Em A casa do lago, Kate Morton guia o leitor pelos meandros da memória e da dissimulação, não o deixando entrever nem por um momento o desenlace desta história encantadora e melancólica.

Simplesmente INCRÍVEL e isso é tudo que preciso dizer. Sério! queria parar a resenha por aqui mesmo, porque nada que possa dizer irá fazer jus a obra e suas muitas reviravoltas.

Sadie é uma detetive talentosa, que devido a algumas atitudes precisou se “afastar” por um tempo de seu trabalho. O local escolhido para passar essas férias foi à casa do avô, um homem maravilhoso que sempre a tratou como filha e que desde a morte da esposa encontrou abrigo em uma casa simples e interiorana. Tendo a corrida como um hábito que a ajuda a encontrar  libertação, concentração e tranquilidade é isso que faz todos os dias com a companhia de dois cães – presente de seu avô -, e é durante um deste passeios que se depara com uma casa abandona em meio a um bosque, que inexplicavelmente desperta em seu coração uma sensação de inquietude, como se mesmo sem conhecer sua história soubesse que aquele cenário presenciou algo terrível.

Loeanneth, a bela casa do lago foi sim o palco de um crime, um caso jamais solucionado, um mistério que há setenta anos paira sobre o local. Lar da Família Edevane, Loeanneth ficou conhecida por seus jardins frondosos, belas flores, diversas espécies de aves e animais, um lugar rico de cores e perfumes, cheio de vida, mas que foi atingido pela escuridão, primeiro pela guerra e depois pelo desaparecimento do filho mais jovem do casal proprietário. Desaparecimento esse que não deixou nenhum vestígio, um mistério, um caso jamais solucionado, sem nenhum suspeito, sem pistas, uma incógnita.

“(…) — Você sempre imagina que há tempo, até que um dia percebe que não há mais.”


Mesmo que tenha em mente o quão arriscado pode ser se envolver com um novo caso já que está afastado do serviço, Sadie não consegue calar a voz de sua detetive interior, a chama em seu peito é quente e se alastra com facilidade, a verdade é que quanto mais conhece a história da Família Edevane, mais deslumbrada, encantada e determinada se torna em desvendar seus segredos. Entretanto, não é apenas o Caso Edevane que está em aberto em suas mãos, Sadie têm seus próprios segredos e lutas para encarar.

Uma teia, um emaranhado, um labirinto, um quebra cabeça complexo onde as peças são como uma caça ao tesouro – encontre a próxima e terá uma nova pista. Mergulhe, se desespere, faça anotações e principalmente, prepare-se para ser surpreendido, porque aqui nada é o que parece ser.

“(…) O amor tornava as pessoas fora da lei, lhes dava asas e as deixava sem limites, descuidadas.”


Sadie é inquieta, não consegue esquecer o desaparecimento do pequeno Theo, um bebê com menos de um ano não pode simplesmente sumir sem deixar nenhum rastro. Outro ponto que ajuda a fomentar sua curiosidade é o fato da família jamais ter vendido a casa, principalmente por terem se mudado para Londres e jamais retornado. É ai que uma incansável busca por informações, recortes, noticias e qualquer material da época que possa ajudá-la a compreender o que aconteceu naquela noite se inicia, Sadie está com tempo, determinada a encontrar as respostas para tantas perguntas em aberto. E para deixar tudo ainda mais interessante, ela descobre que existe um membro da família vivo, alguém que aparentemente pode lhe fornecer informações… ou melhor, alguém que aparentemente sabe muito bem o que aconteceu na fatídica noite.

“(…) O mundo tinha sua própria maneira de manter a balança em equilíbrio. Os personagens culpados podem escapar à acusação, mas nunca escapam à justiça.”


Me faltam palavras para descrever a grandiosidade da obra. A CASA DO LAGO foi com certeza uma das leituras mais originais e surpreendentes que já tive a honra de fazer. Kate possui uma narrativa muito particular, ela nos envolve, nos guia por caminhos cruzados, influencia nossas opiniões, nos faz criar milhares de teorias e dá munição para que elas pareçam as corretas e então… Embaralha tudo de novo e nos deixa de queixo caído.

“(…) Mas a vida não era um conto de fadas e havia casos em que não se podia ter tudo o que se queria, não ao mesmo tempo.”


É difícil pensar em A CASA DO LAGOcomo uma história única, a verdade é que seu enredo possui tantas vertentes e caminhos diferentes que a sensação que tenho é que li algo similar a “bíblia”, não no sentido literal da palavra, mas na quantidade de possibilidades, pontos de vistas e acontecimentos. E foi justamente isso que mais me atraiu na obra, a maneira como a autora foi capaz de ligar todos os pontos. Tudo na obra está meticulosamente bem empregado. Os personagens são intrigantes, misteriosos, alguns sombrios, desafiadores. Já os cenários são lindos, bem explorados, ricos em detalhes e o enredo um verdadeiro show. Com maestria a autora conseguiu nos manter em suspense pelo tempo necessário para tornar a história memorável e inesquecível.

“(…) As pessoas poderiam ficar com suas drogas e seu álcool, pensou Sadie, mas não havia nada mais emocionante do que desvendar um quebra-cabeça, particularmente um como aquele, tão inesperado.”


Obviamente tomei todo o cuidado para não expor nada que pudesse comprometer sua leitura, por isso tenha em mente que tudo que falei aqui não chega a um porcento do que você irá encontrar. Se você assim como eu for um curioso de plantão, irá iniciar a leitura e ficar roendo as unhas para concluí-la e quando finalizá-la irá ficar se perguntando que entrelinha deixou de ler. De fato me surpreendi e muito com o desfecho.

Então fica aqui minha INDICAÇÃOsuplicante, leia A CASA DO LAGO. Mesclando passado com o presente, tensão, emoção, razão, onde relações familiares, suspense, perdão e culpa são os temas chave desta linda obra… Te convido a tentar desvendar os mistério de Loeanneth antes de Sadie.

A Editora Arqueiro como sempre arrasou na capa. Fiz a leitura no aplicativo da Kobo e a diagramação está linda. Quanto ao livro físico não vi, mas tenho certeza que está um arraso.

Ficha técinica:
Romance, Suspense | Editora Arqueiro | 2017 | 1° Edição | 464 páginas | Cortesia | Classificação: 5/5 | SKOOB
Compre aqui: AmazonSaraivaCulturaTravessaFolha

Até a próxima! Bye.

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Lili Aragão 4 de julho de 2017 - 13:25

Oi Bia, então esse não é um gênero que leia com frequência e esse lance de passado e presente não me anima muito, maaaas sua resenha tá tão empolgada e ainda conclui com uma indicação suplicante e só me restou ficar curiosa sobre a história rsr. A capa me chamou a atenção também e gostei da resenha, assim vou anotar a dica e surgindo a oportunidade correr pra ler 😉

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Biia Rozante | Atitude Literária 4 de julho de 2017 - 17:47

Oooiii Lili.
Acho que acabei não dando o devido valor a mescla de passado e presente, pois é ela que torna a história tão instigante, pois temos a investigação no presente e o dia do desaparecimento em paralelo, então acompanhar a reunião de fatos e teorias em um capítulo e ver o que aconteceu em outro desperta ainda mais a nossa curiosidade.
Eu também não costumo ler muitos suspenses, mas pode confiar que esse é BABADO, está maravilhoso, me surpreendeu demais o desfecho e fiquei encantada com a genialidade da autora, pela maneira como conduziu o enredo. Beijooooooooos.

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Kate 2 de setembro de 2017 - 22:17

Menina, que livro é esse? Acabei de ler e já estou sentindo falta! Simplesmente sensacional! É incrível como a autora trabalhou a história, passado e presente se alternando, ao ponto de conhecermos as angústias, as alegrias, a personalidade de cada personagem! Não existe um protagonista, aliás, todos são protagonistas, em um certo ponto da história. Eu senti as tristezas e as alegrias deles. É como se eu fosse parte da família. Brilhante!

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Biia Rozante | Atitude Literária 6 de setembro de 2017 - 21:47

Olá, Kate.
Maravilhoso, né?
Fiquei com a mesma sensação. A história é complexa, intensa e surpreendente. A autora soube como construir o enredo com muita perfeição, explorando cada personagem o máximo que pode. Como você falou: BRILHANTE!
Beijos.

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