Eis que chega aos cinemas brasileiros o tão esperado filme de TERROR, A BRUXA. Com um marketing pesado, A Bruxa se tornou, mesmo antes de sua estreia, o filme queridinho dos amantes de terror.
Porém, engana-se quem pensa que ele é mais um daqueles terrores jumpscares ( aqueles filmes com ruínos ou musiquinhas sinistras fortes, seguidas por uma imagem assustadora que aparece sem você esperar ). Aqui, estamos falando de terror psicológico e sobrenatural. Particularmente, nesse sentido, eu fiquei decepcionada. Não que o filme não mostrou a que veio, mas na minha opinião, faltou consistência e tinha um potencial para um roteiro fodástico!
O filme tem como premissa o OCULTISMO e uma FÉ EXTREMA. Sabe aquelas pessoas fanáticas que em sua maioria pregam a religião do jeito que lhes convém e que acha correto? Então.
O filme conta sobre a história de um casal e seus cinco filhos, que são expulsos da colônia onde moravam por serem talvez, puritanos demais. Eles se instalam em uma casa na floresta e é lá que tudo acontece. A história se passa em 1630 na Nova Inglaterra. Não preciso comentar que eu adoro filmes de época! Bom, enquanto Thomasin ( Ana Taylor-Joy), filha mais velha do casal, está cuidando do pequeno Samuel, algo acontece e o bebê desaparece do nada. Após esse evento, toda a família fica desestruturada e coisas inexplicavelmente sobrenaturais acontecem. O pai de Samuel acredita que seu filho possa ter sido levado por lobos, porém algum tempo depois, outros fatos demonstram que tudo o que pensava, estava errado. Com tais eventos, a família passa a acusar Thomasin de bruxaria.
O desenvolvimento do filme é lento, porém, você fica encantado com a fotografia, o clima tenso e sombrio construído com maestria pelo diretor Robert Eggers.
Quase todo o filme é composto por uma fotografia sombria, que te deixa apreensivo até mesmo no clarear do dia. O interior da casa a noite era iluminado apenas pelas velas, o que claro, dava um ar aterrorizante, no sentido visual. Você sempre fica esperando que vá acontecer algo, mas o terror está ali, apenas na sua cabeça.
O que de fato me incomodou e me incomoda em filmes que mexem com nossa crença, são perguntas que sempre temos e que nunca serão respondidas. Ou você tem fé ou não tem. Simples assim. Mas são coisas que realmente mexe com seu psicológico. Nesse quesito, ponto para o filme.
Ah! Cara. Me lembre de nunca passar perto de um bode! Se eu já tinha receio do bichinho, agora tenho é pavor!
O filme tem um roteiro mediano, mas ao meu ver, pouco explorado nos trinta minutos restantes. Sei lá, ficou aquela sensação tipo “É sério que acabou assim?”, e vou confessar, detesto isso. Mas não vamos desmerecer toda uma obra primorosa, por conta desse fato. Eu senti como se eu tivesse lendo um prólogo de um livro e que no fim dele, eu poderia ler o capítulo um. Sai do cinema com a sensação de que nada havia acabado, que o filme estava apenas no começo, até mesmo porque, eu mal vi a BRUXA. Acho que de tudo do filme, aquele ar demoníaco e oculto, foi o que me deu UM POUCO de medo. Não sei se a palavra medo seria correta, talvez, seria mais como um incômodo, em saber que realmente coisas demoníacas existem. É diferente de você assistir O Chamado e a menina sair da televisão para te matar. Você sabe que aquilo é impossível. Porém, todos que acreditam em Deus, acreditam também no diabo, e isso é o que assusta.
Não sei como classificar esse filme, metade de mim gostou a outra ficou decepcionada. Talvez se o desfecho tivesse sido diferente, minha nota para o filme seria 5 estrelas. Mas, por hora, 3 está de bom tamanho.