[RESENHA] Rainbow – M. S. Fayes | Editora Pandorga

por Biia Rozante
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RAINBOW – M. S. Fayes

Sinopse: “Rainbow” Walker sempre se sentiu diferente das garotas da sua idade. Com um nome peculiar e uma família estranha, ela nunca conseguiu estabelecer vínculos ou manter muitas amizades. Agora, em uma nova cidade, ela terá de se adaptar a uma nova escola e rotina, ao mesmo tempo que precisa deixar sua introspecção de lado. Mas “Rainbow” não está sozinha nessa jornada, já que uma pessoa inesperada entra em seu caminho, fazendo com que ela precise rever todos os velhos preconceitos em relação aos outros, obrigando-se a deixar as pessoas entrarem na sua vida. Reviravoltas, conflitos familiares e toda espécie de desventuras típicas de uma adolescente no Ensino Médio não podem competir com o que ela menos esperava encontrar: o amor e a autodescoberta.

Ainda me recordo do dia em que M. S. Fayes me chamou inbox e perguntou se eu gostaria de ler uma obra nova. Fiquei super animada, os que me acompanham desde o início sabem o quanto gosto da escrita da autora. Pois bem, o fato é que embarquei nessa nova viagem literária e descobri nas páginas deste livro – RAINBOW -, uma proposta totalmente diferente, para um novo publico alvo e tão intensa e linda quanto às demais obras da autora.

Nascida em uma família hippie, com pais liberais, que amam a natureza e seus elementos, Rainbow assim como seus irmãos – Sunshine e Thunder Storm -, ganharam nomes peculiares que tinham significados específicos, mas não foram apenas seus nomes que receberam essas particularidades, a educação que receberam também. Tendo como lema a liberdade, uma vida de possibilidades e tanto para conhecer, explorar e viver, eles buscam incansavelmente pelo lugar perfeito, para que assim possam firmar um lar, o que resultou em muitas mudanças, trocas de cidades e inúmeros recomeços, um verdadeiro tormento para uma jovem de natureza tranquila, quieta, tímida, que gosta de rotina e controle.

Rainbow está com dezessete anos, concluindo o ensino médio e tudo o que mais deseja é enfim um pouco de sossego. Acabou de se mudar para Westwood e mais uma vez terá que se adaptar em uma nova escola, por ser mais retraída, e ter criado como meio de defesa o isolamento, sem perceber acabou desenvolvimento um nível de fobia social, ela não permite que as pessoas se aproximem, não interage com facilidade, o completo oposto de seus irmãos que nunca possuem nenhuma dificuldade em se misturar. Entretanto, Rainbow encontrará dois jovens a altura de sua teimosia, que farão de tudo para se infiltrar através de sua armadura – Rebecca e Thomas -, e ai que os confrontos começam.

“Era certo como a terra era redonda, que aquela garota guardava dentro de si, coisas mais especiais possíveis, mas permitia poucas pessoas a terem um vislumbre. Honestamente? Eu estava ardendo de ansiedade em ser um dos poucos escolhidos.”


Se você nasceu e cresceu morando apenas em um lugar, com certeza terá dificuldades em compreender o quanto o excesso de mudanças podem sim afetar a vida de um jovem. Recomeçar nunca é simples, principalmente por vivermos em meio a uma sociedade que julga o diferente sem nem ao menos lhe dar uma chance, seja essas diferenças religiosas, culturais, físicas, econômica… O fato é, que se colocar no papel de novato é complicado, imagina ter que lidar com isso na infância e adolescência, quando se esta formando caráter, se descobrindo, tentando desvendar o mundo? Exatamente. Não tem como sair totalmente ileso.

Rainbow é uma jovem na dela, que só se permite conviver e criar laços com seus familiares. Ela sabe que quanto menos se apegar ao lugar, as pessoas, a tudo que está passando no MOMENTO melhor, pois seus pais são sem parada e uma nova mudança é só questão de tempo. E ter essa consciência faz com que ela se isole, e notamos ao longo dos capítulos que é algo que ela nem percebe que está fazendo, para mim em algumas páginas ficou claro sua depressão, seu medo de relacionamentos afetivos – amizade, amor -, seu receio em viver. Exatamente, VIVER, pois notamos que ela deixa de experimentar, de arriscar, de buscar mais por insegurança, medo e tudo a que é submetida. Só que como mencionei anteriormente, dois jovens estão determinados a tirá-la do casulo, e é essa persistência e determinação que desperta nela a vontade de romper as barreiras e sair voando.

“— Rainbow… quando você se sentir em um túnel escuro e não conseguir ver a luz láaa no final… — ele disse e me beijou ternamente. — Lembre-se que eu vou estar lá, tentando iluminar o local, nem que seja com um palito de fósforo.”


O que mais gostei em Rainbow é sua personalidade, ela é madura para a idade, se questiona constantemente e tem dificuldades de socialização, e ao mesmo tempo é toda insegura, quer esperar o tempo certo de tudo, precisa ganhar confiança aos pouquinhos e trata isso exatamente como é, não vai com sede ao pote. Porém, no momento em que compreende o que quer, que deseja ser mais e passa a ansiar por descobrir um novo mundo, ninguém a segura. Rainbow passa a emitir uma luz, se revelando sarcástica, divertida, inteligente, leve, uma menina mulher com vontade de viver e ser feliz. E acompanhar sua trajetória foi especial. Mas já vou avisando, nada nesse percurso será fácil, os desafios dessa jovem vai muito além de si mesma, e quando tudo parece se encaixar é que de fato as peças voltam a se embaralhar. É o início de muitas reviravoltas.

Quanto aos personagens secundários, vocês irão amá-los, cada um com sua personalidade, com sua contribuição, com seu jeitinho de encarar a vida. São lindos. Fiquei com vontade de conhecer cada um mais a fundo e até já estou shippando um possível casal (Não vou citar nomes para evitar spoilers).

RAINBOW trás em seu enredo algumas reflexões importantes, bullying, relações familiares, aceitação, ciúmes, insegurança, depressão. Martinha propõe em sua trama muito mais que a descoberta do primeiro amor, fugindo de um enredo que poderia ser apenas um romance e nos levando a questionar para onde nossos jovens estão indo, se realmente prestamos atenção nos sinais que emitem, se estamos de fato dando o devido valor para o que sentem?. Outro ponto que para mim ficou claro, é que é preciso deixar as pessoas entrarem. É preciso ter coragem de arriscar e não ter medo de ser feliz.

“Thomas conseguiu fazer por mim, em apenas uma tarde, o que nunca ninguém havia conseguido. Fazer com que eu esquecesse por alguns momentos que eu era apenas uma adolescente e precisava viver minha vida plenamente, aproveitando os pequenos momentos e não tentando transformar tudo à minha volta em um caos total.”


Com um enredo envolvente, com personagens cativantes, M. S. Fayes mais uma vez me conquistou e ainda que eu não seja uma jovem de dezessete anos, conseguiu fazer com que me identificasse e compreendesse cada nuance dessa personagem única. Torci por seu desabrochar, vibrei com seu romance, amei sua força, garra e maneira de lutar por aquilo que acreditava.

Enfim, reflexivo, inspirador e real. RAINBOWé uma história feita para que todos possam compreender que para ser feliz é preciso coragem. Eu te convido a ler e se permitir ser tocado pela sensibilidade de uma narrativa divertida e leve, mas que tem muita coisa séria a dizer.

Capa linda, totalmente coerente, a cara da trama. Diagramação ainda não conferi pois não tenho o livro em mãos… Mas tenho certeza que está maravilhosa.

Ficha Técnica:
Romance, Literatura Nacional, YA | Editora Pandorga | 2017 | 1° Edição | 288 Páginas | Classificação: 5/5 | SKOOB
Compre aqui: AmazonSaraivaCultura

Até a próxima! Bye.

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Mari Sales 23 de junho de 2017 - 22:01

Que linda resenha. Esse livro realmente me encantou. Martinha coloriu a literatura com amor e sabedoria.

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Lili Aragão 24 de junho de 2017 - 10:16

Oi Bia, esse livro tá com uma capa linda e até já li um livro dessa autora, gostei da escrita dela, o que é importante, não curti muito a atitude de alguns personagens, mas acho isso varia de acordo com a história (claro haha) e como curti a resenha que você fez do livro fiquei com vontade de ler e espero ter a oportunidade.

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