O Corvo – Edgar Allan Poe | Faro Editorial

por Biia Rozante
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Uma das obras mais importantes e emblemáticas da literatura inglesa, O Corvo de Edgar Allan Poe, foi publicado pela primeira vez em 1845, é um poema construído em 108 versos divididos em 18 estrofes e que já foi traduzido das mais diversas formas, tais como prosa, verso, soneto… assim como também inspirou vários outros autores e foi adaptado para outras artes.

A dor de perder sua amada. O luto. O desespero de buscar um alento nem que seja nas páginas de um livro qualquer. É assim que encontramos nosso narrador, um homem quase adormecido, em uma noite fria de dezembro, profundamente entristecido pela morte de sua Lenore. Que é atraído pelo som de alguém batendo a porta de seu quarto, só que ele se encontra sozinho em casa, o que o deixa atordoado, em um misto de medo e ousadia ele a abre, já se desculpando com o visitante tardio pela demora, pois estava adormecido, mas se depara apenas com a escuridão e nada mais.

A batida volta a acontecer e não demora para que ele perceba que na verdade o som vêm de sua janela, e ao abri-la, um corvo, uma figura lúgubrese adentra e pousa sobre o busto de Atena, acima da porta de seu quarto, o confrontando e falando de maneira direta; nunca mais.

Melancólico, musical e ritmado… O Corvo é um conto de leitura rápida, carregado de sentimentos, com um ar angustiante, quase que desesperador pela dor dilacerante da perda. A presença do Corvo soa ao nosso narrador inicialmente como algo divertido, o levando a interrogar o mesmo para saber seu nome, e assustasse quando o mesmo responde com um sonoro, nunca mais! Intrigado e disposto a desvendar a ave, ele tenta uma aproximação, volta a questionar a figura ali pousada e a resposta segue se repetindo, por um momento ele pensa que o Corvo aprendeu as palavras com algum dono anterior, e então lhe ocorre que talvez ele seja um mensageiro dos céus, mas ao se deparar novamente com a mesma resposta se irrita, e pensa que talvez a figura seja então um mal presságio… um aviso de que sua alma nunca mais irá se recuperar, ou se levantar.

É interessante como um pequeno conto, possa falar tanto com o leitor. O Corvo é angustiante, tenso, denso, com um ar de amargura, e cheio de significados, ao mesmo tempo em que nos faz questionar a sanidade do narrador ao conversar com a figura lúgubre que invade seu quarto em um momento de tanto sofrimento. Toda a dinâmica narrativa parece muito bem pensada, com um significado maior do que o autor quis deixar transparecer, já que o mesmo o criou de modo despretensioso, apenas na intensão de provar que se poderia escrever sem inspiração emocional, apenas como um exercício, desde que seguisse algumas regras.

Apenas genial, inteligente e digno de todas as honras que recebeu. Um lamento que o autor não tenha visto sua obra ser publicada e aclamada.

Ainda preciso fazer uma menção honrosa a edição impecável da Faro Editorial, o trabalho gráfico está lindo, a capa, as ilustrações, a diagramação, o conjunto da obra torna a experiencia de leitura ainda mais rica e especial. É uma edição para quem ama a obra, para quem ama colecionar e queira um livro incrível na sua estante. Amei conhecer esse clássico.

O CORVO – Edgar Allan Poe

Sinopse: Escrito há quase duzentos anos, esse poema atravessa gerações e continua sendo um marco da literatura mundial. Imprescindível para todos os apaixonados por literatura, O Corvo é considerada a obra-prima de Edgar Allan Poe. Mesmo tendo escrito diversos livros e contos, nenhuma outra história atraiu tantos leitores e tamanho respeito pela crítica especializada. Um homem atormentado pela morte da amada é despertado pelo barulho incessante de um corvo e a trama que se desenrola no poema demonstra tanto a genialidade do autor quanto os demônios que ele carregava. Dizem que a vida imita a arte, mas nesse caso, a arte imitou a vida. O Corvo foi publicado dois anos após a morte precoce da esposa de Poe. E, como muitas vezes acontece, o autor não teve tempo para ver o sucesso de sua obra. Morreu na miséria e sem saber que seu corvo atormentaria muitas outras almas mesmo anos depois de sua morte.

Ficha técnica:

Clássico, Poesia, Conto, Terror | Edgar Allan Poe| Faro Editorial | 2020 | 1º Edição | 96 páginas | Edição Bilingue | Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta | Ilustração: James Carling | Cortesia | Classificação: 5/5 | Onde encontrar: SKOOBAMAZONSUBMARINO

Até a próxima! Bye.

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