Caros leitores! Vocês sabem muito bem, o quanto sou apaixonada pelas letras de Lucinda Riley, e confesso que em um primeiro momento foi justamente esse o motivo que me levou a ficar animada para ler SORAYA LANE, As Filhas Perdidas é uma saga “recomendada” para leitores da série As Sete Irmãs, da Lucinda, e sim, elas conversam em alguns aspectos, e só. Temos diante de nós obras distintas, com narrativas diferentes e tons particulares, e com isso quero deixar claro, que cada uma a sua maneira conquistou meu coração. Estou frisando isto, porque sinto que precisamos desde o início deixar claro este ponto – são autoras diferentes, com escritas únicas -, pois faz com que alinhemos nossas expectativas e estejamos de coração aberto para abraçar o novo.
Lily é viticultora, e passou uma longa temporada trabalhando nos vinhedos da Nova Zelândia, uma de suas metas é viajar pelo mundo e conhecer as mais diversas formas de produção de vinho, quanto mais artesanal, tradicional, mais carinho ela tem pelo trabalho. Este sonho não era apenas seu, seu pai foi seu grande motivador e inspirador, e é em sua memória que ela segue viajando de um lugar para outro. De volta a Londres, sua mãe está em viagem e ela tem apenas alguns dias para se preparar para seu próximo destino, a Itália. Só que antes de fazer as malas, uma correspondência intrigante chama sua atenção, uma carta de um escritório de advocacia quer que ela compareça a uma reunião para falar sobre o espólio de sua falecida avó. Algumas revelações a pegam de surpresa, principalmente por constatar que sua avó pode ter sido adotada, e é munida de uma caixinha com duas pistas, que ela irá embarcar na busca por resposta a respeito de sua família e sobre si mesma. Mas, essa não é toda a história, em paralelo ao que Lily está vivendo hoje, vamos desbravar a história de Estee uma bailarina talentosa que para se livrar de uma relação familiar opressora e sem afeto, renunciará a um grande amor. E ainda enfrentará a fúria de uma família dividida pela ganância.
“Não pediram que você viesse aqui para dizer a todos o que eles querem ouvir… Siga seus instintos, até hoje eles nunca falharam.”
Sim, temos duas histórias em paralelo, separadas por décadas, mas que de alguma forma, vão se entrelaçar na Itália. É passado e presente se colidindo em uma explosão de sentimentos e reviravoltas por vezes dolorosas.
A FILHA ITALIANA me surpreendeu pela simplicidade. Aqui conhecemos Lily como a protagonista, a jovem que enfrenta uma jornada de busca pelo passado da avó, e por si mesma, já que ao desbravar o passado, ela começa a questionar o presente. Lily ama sua profissão, cada detalhe da produção de vinho, desde a plantação das vinhas, até o momento da colheita e depois a preparação da bebida. Ela tem um apego carinhoso com a tradição, com o processo artesanal e isso veio do homem que ela mais amou na vida, seu pai. E é aí que ela tem um dos primeiros confrontos, quanto da sua vida é por ela, e quanto é porque era o sonho do pai? Como dosar isso? Junto a este momento, vem a busca pelo passado da sua avó, sobre suas origens e ambas as situações a amedrontam e a fascinam. Quem irá ajudá-la, será justamente seus empregadores, os Martinelli, que a recebem como se fosse um membro da própria família. Roberto o patriarca é um homem inteligente, sensível, apaixonado pelo campo, assim como o pai de Lily, e ela consegue enxergar neste homem uma figura de força e determinação, já Antonio o primogênito se revela interessante, instigante, um homem gentil, trabalhador e que irá cativar muito mais do que apenas seu respeito profissional.
À medida que os dias passam na bela paisagem italiana, Lily se vê cada vez mais atraída pela cidade, pela cultura, cativada pela família Martinelli, principalmente por Antonio, que embarca com ela na busca por suas origens, seguindo as pistas. O que irá tornar ainda mais difícil a hora do adeus, ou será que Lily está pronta para remoldar os seus sonhos, e deixar sua vida anterior para trás?
“(…) Ela gostaria de ter sido o objeto do seu sorriso apenas mais uma vez antes que o dia terminasse.”
Quanto a Estee e Félix… foi minha linha temporal favorita, temos dois jovens dispostos a enfrentar tudo e todos por seus objetivos e amor, e essa jornada se revela dolorosa, intensa, com muitos obstáculos, idas e vindas e claro… perdas. Acompanhá-los desde a infância até a vida adulta, foi incrível. E quanto mais deles recebemos, mais torcemos por um desfecho carinhoso.
A FILHA ITALIANA, é um romance simples, com notas de drama e cenários que ganham vida na nossa mente. A narrativa da Soraya Lane é doce, sensível e fluida, com elementos históricos e culturais que trazem riqueza para o texto. Eu amei conhecer Estee e Lily, suas histórias e como elas se encontram em uma pequena cidade da Itália. O enredo é gostoso, cheio de aromas e sabores. Eu gostei da construção dos personagens, e pra mim, a única falha foi a construção do romance, no que se refere a linha temporal de Estee, eu gostei, porém, quando focamos no romance da Lily, eu senti que faltou… faltou me convencer que realmente se apaixonaram, que não foi algo apenas de olhar e isso me deixou com a triste sensação de que o romance era dispensável dentro da narrativa.
De modo geral, eu amei a leitura e estou louca para ler A FILHA CUBANA, o segundo livro da saga. Eu acredito que ainda irei me apaixonar muito pelos personagens da Soraya.
Como eu sempre falo, o único modo de saber se você gosta ou não de uma leitura é fazendo ela, portanto, se ao longo dessa resenha eu consegui despertar a tua curiosidade, aquela sementinha do desejo da leitura, LEIA! Pode ser que você se surpreenda.
A FILHA ITALIANA
Sinopse: Quando é chamada ao escritório de um advogado em Londres, Lily não tem ideia de que sua vida está prestes a mudar para sempre. Lá, ela fica sabendo que sua avó nasceu na Hope’s House, um lar para mães solteiras, e recebe uma caixa com pistas sobre sua verdadeira origem: uma receita e um programa de teatro, ambos escritos em italiano. Por acaso, Lily já iria para a Itália trabalhar em um vinhedo, assim ela resolve aproveitar para desvendar o mistério de seu passado. Os proprietários do local se oferecem para ajudar, em especial o encantador filho deles, Antonio, que servirá de guia para ela. Em sua investigação, os dois vão parar na região do Piemonte e desenterrar a história de Estee e Felix, que começou na década de 1930. A história de uma amizade de infância que se transformou em um caso de amor. De uma família dilacerada pela riqueza e de dois jovens dispostos a sacrificar tudo. Cada vez mais apaixonada pela Itália e por Antonio, Lily agora deve decidir se tem coragem de seguir seu coração e deixar sua antiga vida para trás.
Ficha técnica:
Romance romântico | Soraya Lane | As Filhas Perdidas, Livro 1 | Editora Arqueiro | 1ª Edição | 2023 | 342 páginas | Tradução: Nina Schipper | E-book | Classificação indicativa: +14 | Minha avaliação: 4/5 | Onde encontrar: SKOOB – AMAZON
Até a próxima! Bye.