[RESENHA] O Sol Também é uma Estrela – Nicola Yoon / Editora Arqueiro

por Biia Rozante
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O SOL TAMBÉM É UMA ESTRELA – Nicola Yoon

Sinopse: Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história. Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois. O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

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Em algum momento ao longo da sua vida, você já parou para pensar na diferença que faz um minuto, um dia, uma única escolha, uma decisão? Agora você já imaginou o quanto essas mesmas coisas podem fazer diferença para aqueles que estão a sua volta? Sabe o efeito dominó? Exatamente, nossas escolhas, caminhos e atitudes não influenciam apenas na nossa vida, elas também podem afetar os que estão por perto, ainda que nem sempre percebamos isto. A questão é, existe destino, coincidências, o universo realmente conspira para determinadas direções?

O SOL TAMBÉM É UMA ESTRELA é sobre viver intensamente e aproveitar cada segundo do dia. Sabe aquele ditado que diz: Viva o dia de hoje como se fosse o último? Não que o último seja no sentido literal da palavra, mas como se você apenas tivesse aquele dia para viver aquelas experiências, com aquela pessoa… deu para entender? É sobre respeitar as diferenças, acreditar em milagres ou simplesmente não acreditar e tudo bem.

Natasha é de origem jamaicana, porém desde pequena mora nos EUA. Uma jovem prática, cética, que acredita apenas no que é explicável, que tenha lógica, exatidão e que está prestes a ser deportada. O que faz com que todo o seu mundo desabe, apesar de ter aceitado seu destino, recomeçar não está em seus planos, ela não quer abrir mão de tudo que conquistou, da escola, amigos, da vida que leva, para voltar a sua terra natal e ter que reaprender sua cultura, costumes e se adaptar novamente. Ainda que não acredite em milagres, que tenha esperanças limitadas, se recusa a desistir antes de lutar e tentar todas as suas opções.

“Ninguém quer acreditar que a vida é aleatória. Meu pai diz que não sabe de onde vem meu ceticismo; mas não sou cética. Sou realista. É melhor ver a vida como ela é, e não como a gente quer que seja. As coisas não acontecem por algum motivo. Simplesmente acontecem.”


Daniel transpira sensibilidade em cada poro, apesar de ser membro de uma família Coreana tradicional, que tenta manter um controle ferrenho sobre sua vida e escolhas, ele se sente um verdadeiro americano, já que ali nasceu e cresceu. Ele é sensível, romântico, tranquilo, uma pessoa que acredita no amor, no poder do sobrenatural, que nada é por acaso e no destino.

“(…) Talvez parte de se apaixonar por alguém também seja se apaixonar por si mesmo.”


É por puro acaso, ou seria porque tinha que acontecer que Natasha e Daniel se esbarram. E de maneira inesperada acabam por passar o dia juntos, ainda que ambos tenham seu próprio caminho para seguir, naquele único dia se dedicam um ao outro, não apenas de maneira romântica, mas debatendo sobre questões do universo, cotidiano, crenças, culturas, conhecimentos, ciência, poesia e por ai vai… Uma é razão e o outro é emoção. E apesar de discordarem em praticamente tudo, respeitam a opinião oposta a sua e de maneira divertida, tentam convencer um ao outro do contrário, buscando argumentar e provar seu ponto, tudo isso em meio ao desespero de tentar reverter uma situação que parece não ter saída e fugir do futuro ao qual não escolheu para si. E entre idas e vindas de um dia incomum, encontram um amor que dispensa explicação.

“(…) Têm a sensação de que a duração de um dia é mutável, e que do início jamais dá para ver o final. Têm a sensação de que o amor muda todas as coisas o tempo todo.”


Uma das coisas que mais amei na obra, é que todos têm voz. Não apenas os protagonistas e personagens secundários, literalmente todos, como aquele figurante que passaria despercebido em outras histórias, mas que aqui encontrou um pequeno espaço para compartilhar seus próprios dramas e deixar sua contribuição para o enredo.

“O sol também é uma estrela, e é a mais importante para nós. Só isso deveria valer um ou dois poemas.”


O fato é que não importa o quanto eu fale sobre a obra e suas maravilhas, sempre irei achar que foi pouco e que não lhe fez jus. Por isso só posso indicar o livro e torcer para que você o leia.

Com uma narrativa inteligente, viciante, poética e repleta de lições O SOL TAMBÉM É UMA ESTRELA é uma história sobre escolhas, segundas chances, recomeços, família, arrependimentos, amor. É um livro que trás em cada página uma reflexão diferente, que nos faz olhar para o lado e enxergar o próximo com mais atenção e respeito.  É o tipo de livro que inspira, transforma e encanta, ou que apenas será listado nas suas leituras, tudo irá depender da maneira como você recebê-lo e senti-lo enquanto lê.

O que mais amo na escrita da autora Nicola Yoon é sua ousadia. É como se ela tivesse uma cartela de opções pouco prováveis a serem exploradas, e que simplesmente por serem raridades as usa. Ela foge da previsibilidade, é original e totalmente apaixonante. Sua narrativa possui particularidades especiais, sempre pegando opostos, seres diferentes e os fazendo habitar e conviver em um mesmo espaço. E não posso me esquecer de mencionar seu debate sobre preconceito, discussões relevantes e interessantes que sempre nos levam a questionamentos.

Bom, caso ainda não tenha ficado claro, eu amei a leitura e indico a todos que amam bons livros, que gostem de uma narrativa mais poética, que querem fugir das leituras cotidianas e estão buscando por algo diferente e que não oferece garantias sobre um final feliz, ainda que isto seja sim uma possibilidade.

Parabéns a Editora Arqueiro pelo belo trabalho, capa maravilhosa, diagramação simples e linda.

Até a próxima! Bye.

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Alec Costa 9 de abril de 2017 - 10:52

terminei o primeiro livro há pouco tempo e achei incrível! AMEI a Maddy, achei a personagem super bem escrita; e, claro, como disse na minha resenha, fiquei mega envolvido!

amei o post! abraços! <3
Alex, do blog Um Bookaholic.
umbookaholic.com | Canal | @umbookaholic: instagram/twitter

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